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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Poesia

Menina


De onde vem essa menina
De jeito triste e olhar perdido?
Vem tecendo uma dor
Um queixume, um bramido...

Onde será que ela mora?
Talvez expulsa do seu mundo
E sentindo o chão sob seus pés
Viu-se num medo profundo...

Seu rosto transpira lágrimas
Que nos seus olhos já não cabem,
Vejo suas mãos doentes
Implorando que as dores acabem.

Erguidas ao alto elas tremem
Tentando alcançar não sei quê...
Tão frágeis e pálidas,
Cansadas anseiam ceder!

Alma desconsertada quer voar,
Sem rumo deixa o corpo e sai...
Não sei para onde
Essa triste pagã se vai...

Inconsciente alma gentil
Desprendeu-se das dores carnais,
A meu olhar não sorri nem chora
Pois seu corpo não vive mais.


(Jocelaine Carvalho Fagundes - 23.06.2014)